Plano de Logística Reversa

Plano de Logística Reversa
Plano de Logística Reversa

Plano de Logística Reversa

Apresenta-se neste estudo, um PLANO DE LOGÍSTICA REVERSA, articulando a teoria da economia circular, pilar do desenvolvimento sustentável. Material que funcionou como um ensaio para uma empresa de pequeno porte no ramo da confecção de roupas para pets.

Introdução

Constata-se como tendência de mercado, desenvolver negócios para animais de estimação, notadamente cães e gatos.

O Brasil é o terceiro maior mercado pet do mundo. O primeiro é a China, seguida pelos Estados Unidos da América. Estima-se que cães e gatos somam mais de 46 milhões de indivíduos no Brasil (INSTITUTO PET BRASIL, 2020).

Esse aumento populacional de cães e gatos nas residências brasileiras se verifica em função da verticalização das cidades, famílias cada vez menores, muitas pessoas morando sozinhas, tudo a evidenciar uma aproximação dos humanos aos bichos de estimação mais populares – cães e gatos – para suprir as necessidades de afeto e companheirismo. E existem pets até gerando renda em redes sociais, como é o caso da cadela “Estopinha” e do cachorro “Barthô”, pertencentes ao zootecnista Alexandre Rossi, especializado em adestramento de cães e gatos (DR. PET, Instagram, @alexandrerossi_oficial), que imita o popular mexicano naturalizado americano, César Millan, nas redes sociais e mídias televisivas (“O encantador de cães”).

Em termos monetários esse mercado movimenta cifras milionárias: mais de R$ 34 bilhões em 2017, sendo que, 7% desse montante advêm do consumo de roupas e acessórios para pets, faturamento crescente em até, aproximadamente, 5% a.a. (SPC BRASIL, Mercado de Consumo Pet, 2017).

Os produtos consumidos nesse segmento vão desde alimentos (ração e petiscos), passando por medicação e planos de saúde; serviços de tosa, banho e estética; até joias e perfumes. À medida que os animais de estimação vão sendo "humanizados”, aumenta a demanda por produtos para o consumo respectivo (INSTITUTO PET BRASIL, 2020).

Daí, dizer-se que o mercado de roupas para pets é promissor, pois os animais de estimação aparecem em festas, viagens, eventos sociais de toda sorte, até em restaurantes e no trabalho, seguindo tendências de moda conforme as estações do ano e ocasiões sociais frequentadas pelos seus tutores (Revista Digital ÉPOCA, 2017).

A confecção de roupas para cães e gatos aparece então nesse cenário como uma atividade produtiva cada vez mais próspera, oferecendo roupas de inverno, de verão, para festas, roupas temáticas para acompanhar os tutores dos pets em eventos (por exemplo, carnaval, casamento e natal), roupas para dormir, roupas de cama, chapéus, calçados e coletes salva-vidas (para frequentar piscinas, lagos e praia) (SEBRAE, Ideias de Negócios, 2017).

Essas roupas são distribuídas por clínicas veterinárias, agro lojas, petshops que, no Brasil, somam mais de 162.148 estabelecimentos (INSTITUTO PET BRASIL, 2018).

Nota-se nesse mercado, inclusive, que cães e gatos acompanham a ascensão social de seus tutores, fator que aquece o consumo das roupas luxuosas e da alta costura (Revista Digital FORBER, 2018).

Assim sendo, confecção de roupas para cães e gatos, e respectiva comercialização, são segmentos em ascensão, que se sobressaem, inclusive, nas plataformas de negócios digitais (e.commerce), ainda que diante de crises econômicas no país, sendo oportuno, nada obstante, que se distingam no mercado consumidor atendendo aos princípios de sustentabilidade, considerando que, cuidados com o meio ambiente é preocupação diária de todos consumidores “(...) Mais do que nunca, o ambiente está na agenda internacional e nacional, motivado em virtude dos desequilíbrios provocados pelo próprio homem no meio, seja de efeito acumulativo ou imediato, revelado em desastres. (...) Nos dias de hoje, já se encontram diversos consumidores que optam por produtos de origem ecologicamente correta – produtos integrais, naturais e não modificados geneticamente. Essa nova forma de consumo diz respeito a um “[...] comprar de maneira ‘inteligente’, como um sujeito, não como um fantoche-consumidor”. Crescente também é o número de cidadãos, ONGs e empresas que atualmente são vistos participando de programas socioambientais, programas de redução de carbono, auxílio e defesa ao meio ambiente, entre tantas outras atividades.” (PEREIRA e HORN, 2009, p. 162).

Nessa pauta, apresenta-se a empresa CONFECÇÕES “X”, fundada em 19... no Brás, São Paulo, Capital, inicialmente focada na moda infantil, mas que, na década de 80, constatou demanda de roupas para cães e gatos e, como já detinha infra-estrutura de máquinas e equipamentos, bem como profissionais especializados em confecção de roupas (costureiras e designers de moda) e assim também, técnicas de controle de qualidade do produto final (confecção de moldes), decide diversificar seu portfólio de produtos para o mercado de animais de estimação.

Em 19.., oficialmente nasce a DOG “X”, no bairro do Tatuapé, São Paulo, Capital, uma grife na confecção de roupas para cães e gatos, ofertando produtos de qualidade nesse segmento, desde a definição dos modelos de roupas até a escolha de fornecedores da matéria prima, adaptando a moda pet a todos os tamanhos e biotipos de cães e gatos.

Destaca-se ainda no setor de estamparia, bordados e aplicações têxteis. Todavia, carece a empresa de um plano de logística reversa e aplicação dos princípios da economia circular, o que se proporá neste estudo em seguimento. Confira-se:

Propostas para um design ecológico

O segmento têxtil para moda pet já tem desenvolvido, dentre suas competências, a capacidade de percepção para entender as expectativas dos clientes, por isso não se pode relegar a segundo plano a sintonia que os tutores de pet detém com as tendências de preservação do meio ambiente: “A sustentabilidade também é tendência no mercado pet. Tutores com maior consciência ambiental projetam suas escolhas de consumo para a rotina de seus pets. Entre os itens considerados estão a redução de plástico, materiais biodegradáveis e alimentação com menos conservantes” (PET SOUTH AMÉRICA, 2020).

Ao empreendedor cabe, portanto, adequar seu ramo de negócios minimizando os impactos ambientais que causa, especialmente no fim de vida de seu produtos, como forma de agregar valor a marca, dando um salto qualitativo nas características do produto e, assim, gerando vantagem competitiva na medida do aumento do nível de satisfação ao cliente. E cativando novos consumidores do seu produto, prospectando, assim, clientes conectados com as vibrações da sustentabilidade ambiental.

Com efeito, a matéria prima utilizada para a fabricação de roupas para pets são, basicamente, tecidos, botões, zíperes, linhas, lã em novelos, rendas e aviamentos diversos e, no particular tecidos, propõe-se um designer ecológico do produto ofertado, de modo a produzir menos resíduo e, quando produzi-lo, na conformidade de ser absorvido pela natureza, em processo de regeneração e no menor tempo possível. Senão veja-se:

Preliminarmente, conhecendo novas fibras têxteis:


1. Hemp Fashion (ou fibras de cânhamo)

Trata-se da utilização das fibras de cânhamo na confecção de roupas. A espécie cannabis sativa(*1) (cânhamo) é uma planta cujo crescimento requer pouca água, poupando, pois, recursos hídricos no seu cultivo, e produz mais fibras por hectare do que o algodão ou o linho (NOCETTI, 2019).

Referida planta ainda previne a erosão de encostas, visto seu sistema radicular profundo e espesso. Também dispensa o uso de pesticidas porque, naturalmente, repele pragas e bactérias.

Ademais, as fibras de cânhamo podem ser misturadas com linho, algodão e outras fibras orgânicas cuja produção é sustentável e, por reterem melhor as ações de tintura, acabam por impor ao processo produtivo menor utilização de água (menos banhos nas fibras têxteis) e, consequentemente, menor emissão de efluentes líquidos.

A durabilidade das fibras de cânhamo é outro diferencial dessa matéria prima, na medida em que estende a vida útil do produto final (o cânhamo dura de 3 a 5 vezes mais que o algodão).

2. Tecidos de reciclagem de garrafas PET (ou fibras de poliéster)

Trata-se da utilização das garrafas PET para transformá-las em poliéster. São flocos de garrafas PET fundidos (a temperatura de 300o C), resfriados em água, convertidos em grânulos que, novamente expostos a altas temperaturas tornam-se uma pasta a qual, ao sair por uma bomba de saída com micro furos, fornece longos filamentos (fibras de plástico) algo que, passando por um processo de secagem, transformados são em fios para tecelagem (fios de poliéster).

A par desse tipo de tecido dar uma segunda vida a um material não biodegradável, descartado, via de regra, nos oceanos(*2), ocasionalmente em aterros sanitários, onde demora cerca de 200 anos para decompor-se (IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, 2012), é certo que a qualidade do poliéster reciclado é idêntica ao poliéster virgem, consumindo, contudo, menos recursos energéticos(*3), o que depõe a favor da respectiva utilização na confecção de roupas.

Conhecendo novos processos de tingimento/alvejamento de fibras têxteis:


1. Tingimento/estamparia digital

Encontram-se disponíveis no mercado têxtil, metodologias de tingimento digital dos fios têxteis (FEBRATEX, 2019) que, por esse processo(*4), não usam água, recurso natural que deve ser poupado visto que, conforme estudos da ONU (PNUD, relatório de 2006), tende a escassez.

2. Alvejamento de fibras têxteis

Vê-se disponível no ramo têxtil, metodologias de gestão de controle do uso de produtos químicos perigosos (Classe 1) no alvejamento de tecidos, utilizando maquinário e tecnologia de ponta, que permitem poucos banhos de água nas fibras têxteis por exemplo, diminuindo, assim, a geração de efluentes líquidos (COSTA e MARTINS, 2018).

Conhecendo alternativas para o segmento têxtil, no que pertine a logística reversa:

1. Reaproveitamento de sobras de tecidos

Os resíduos gerados dentro do processo produtivo da confecção de roupas (sobras de tecidos, notadamente), podem ser reaproveitados para a fabricação de novos produtos, senão, reciclados.

Com esse proceder, se reduziria o desperdício de retalhos e aparas de tecidos e o que não fosse possível reutilizar dentro da própria empresa na criação de novos produtos da linha moda pet, agregando-lhes função, tornando-os insumos de uma nova produção, como por exemplo, bolsas e sacolas para transporte de pets de pequeno porte, mochilas e nècessaires para viagens com pets, camas para os animais de estimação dormir, dentre outros itens de não menor relevo, poderiam ser reciclados, pois o meio acadêmico, por exemplo, dentre muitas alternativas, mostra estudos no sentido de aproveitamento de restos de tecidos na construção civil: “A incorporação desses resíduos em matrizes cerâmicas e cimentícias com o objetivo de produção de artefatos para a construção civil, se feita de maneira criteriosa, permite dar um destino ambientalmente correto para resíduos que, de outra forma, seriam fontes de poluição.” (LUCAS e BENATTI, 2008).

Além disso, os resíduos que não podem ser evitados, podem ser doados para gerar artesanatos que, além de ofertar proventos econômicos à categoria de artesãos, também tem um efeito de conscientização para o consumidor final.

É comum artesãos usarem aparas de tecido para a fabricação de almofadas, bonecas, eco bags, colchas, tapetes, que poderiam também ser direcionados ao mercado pet da DOG “X”, em sistema de parceria. Outra alternativa seria colocar novamente esses tecidos no processo de fiação. Muitas ONGs, por exemplo, desenvolvem trabalhos sociais em comunidades carentes, utilizando-se dos resíduos doados pelas empresas têxteis para fabricação de novos produtos. A ONG Florescer, instalada na comunidade de Paraisópolis em São Paulo, é um exemplo disso (criou o projeto Reclica Jeans)(*5)

2. Embalagens sustentáveis

As embalagens que acondicionam as roupas em geral, dia a dia estão sendo produzidas por materiais biodegradáveis, como por exemplo, sacolas ou caixas de papel (papel reciclado), envelopes de papel pardo ou Kraft com saco bolha (de plástico reciclado), sacolas de plástico biodegradável (plástico produzido a partir da cana de açúcar ou da mandioca(*6)), sendo o caso, portanto, de se absorver essa forma de apresentação das roupas moda pet.

A utilização de materiais orgânicos recicláveis ou biodegradáveis para embalagens demandam menos energia e recursos naturais. E seu descarte causa impacto mínimo ao meio ambiente (MORENO e NAVEIRO, 2015).

Isto posto, propõe-se a confecção de roupas para pets, mediante utilização de tecidos que, além de aumentarem a vida útil do respectivo uso, remodelam o produto para um designer circular(*7). E mais: no processamento poupam recursos naturais desde a origem do fio têxtil até o descarte final, proposta da economia circular(*8).

Consequentemente, firmar parcerias com rede de fornecedores engajados no ideário da sustentabilidade, que sejam investidores em tecnologia de ponta quanto a tecelagem de fibras têxteis e processos de automação ecoeficientes(*9), efetivamente colocará a DOG “X” em patamares mais competitivos no mercado de produtos para animais de estimação, atuando sob a égide dos princípios que norteiam a logística e cadeia de suprimentos verdes(*10).

Ademais, a rede de distribuidores dos produtos DOG “X”, notadamente os de grande porte, como são os petshops, deverão estar comprometidos a apresentar o produto ao consumidor final, em embalagens sustentáveis, participando, inclusive, das estratégias de retorno do produto pós-consumo, conforme se explicitará no item que segue.

Pensa-se, igualmente, que esse comportamento possa ensejar, no futuro, o direito da DOG “X” pleitear benesses fiscais, pois que no Brasil já existem iniciativas parlamentares no sentido de se aprovarem Leis que autorizem o executivo a dar incentivos fiscais para empresas cujos produtos sejam ecoeficientes(*11).

Estratégias de retorno do produto pós-consumo

Lembrando que a confecção de roupas gera resíduos (sobras de tecidos e aparas de material têxtil), que podem ser aproveitados e mais, que o segmento da moda é fluído e transitório, variando conforme as estações do ano, as tendências de cores e padrões de modelagem, representando transformações sociais, costumes e comportamento, o que também se transporta para a moda pet, configurar uma cadeia de retorno do produto usado, complementa a atual proposta de um designer ecológico para os produtos da DOG “X”. Notadamente porque, na proposta de designer, foi sugerida a adesão a fibras têxteis que proporcionam maior vida útil ao produto.

Nessa pauta, num trabalho conjunto (em sistema de parceria), propõe-se nas lojas de distribuição das roupas para pets, a designação de espaço para “ecoponto”(*12), objetivando o depósito de roupas usadas, quais sejam, aquelas que os tutores dos animais de estimação não mais queiram expor ao uso do seu pet, incentivando-os nesse proceder, mediante oferecimento de descontos e brindes para compra de acessórios pet, ou pontos num cartão de fidelidade para os clientes assíduos à loja distribuidora, de modo que possam trocar por produtos e serviços.

E para incentivar as lojas distribuidoras a participarem dessa empreitada, sugere-se oferecer-lhes uma taxa de conversão: para cada “n” roupas pet arrecadadas no “ecoponto”, um novo produto da DOG “X” sem custo de produção e entrega, para que possa ser comercializado pelas lojas parceiras com margem de lucro de 100%.

A partir desses “ecopontos” a DOG “X” realizaria a recuperação do descarte de roupas pet usadas, evitando que os tutores o façam inadequadamente(*13), encaminhando, depois, ao reuso(*14), dependendo das possibilidades de se reintroduzir a peça (ou não) no mercado de roupas para pets, mediante estratégia em redes sociais (divulgação de brechó pet DOG “X”) ou reprocessamento, transformando os resíduos em novos produtos de vestuário e acessórios pet.

Para a cadeia de retorno do produto sugere-se que se processe conforme etapas abaixo descritas:

Tabela 1. Entradas e Saídas do retorno do produto pós-consumo

Etapas Resíduos
Recolhimento do descarte realizado pelo consumidor no “ecoponto” Tecidos
Armazenagem das roupas pet usadas Tecidos e produtos para preservação de roupas (ex. sílica gel)
Lavanderia Produtos de higienização de roupas (ex.sabão) e fiapos de tecido
Triagem para identificação do que pode ser reutilizado Tecidos
Costura de reconstituição da peça de vestuário pet ou
remodelagem (para reuso)
Tecidos, linhas, retalhos, papel e plástico
Acabamento na hipótese de remodelagem(para reuso) Linhas e retalhos de tecido
Encaminhamento para reciclagem das roupaspet que não podem ser reutilizadas Tecidos

Dentre as etapas supra, a lavanderia, as costuras de reconstituição ou remodelagem podem gerar quantidades significativas de resíduos (resíduos sólidos e efluentes líquidos). Em face disso, haverá necessidade do gerenciamento respectivo, sugerindo-se para tal desiderato, sejam adotados os critérios da Produção Mais Limpa(*15) (P+L) como metodologia no contexto da preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Por outro lado, a importância de uma estocagem adequada é outro item que se destaca no processo de reuso, residindo em otimizar a operação, prevenir acidentes, minimizar o impacto visual e olfativo, além de reduzir a heterogeneidade dos resíduos.

Ressalte-se que, terceirizar para especialistas essas atividades, ao invés de verticalizar(*16) esse processo na DOG “X”, pode ajudar a atingir ecoeficiência no processo, barateando os custos respectivos (SCHAFER e RICHARTZ, 2013). Ou ainda, doar as peças de vestuário pet para algum projeto social(*17), evidenciando a responsabilidade social da empresa.

Reciclagem e efetivação da economia circular

Na hipótese de não haver viabilidade para reuso das roupas para pets recolhidas nos “ecopontos”, a reciclagem delas junto aos resíduos têxteis do processo originário de confecção, pode ser a solução para evitar-se o descarte em aterros sanitários e a consequente contaminação do solo, subsolo, águas superficiais e subterrâneas, pois é sabido que os tecidos passam por processos de tingimento e tratamento com substâncias antifúngicas, ambos altamente poluentes. Nada obstante, a reciclagem industrial, notadamente a pós-consumo, não é tarefa fácil. A sujeira agregada aos tecidos e a eventual degradação de armazenagem podem inviabilizar o processo. Assim também, o pouco volume concentrado de tecidos, fato que retira o interesse econômico sobre o processo de reciclagem respectivo, fazendo dessa alternativa um desafio ao empreendedor.

Portanto, antes de empreender na reciclagem, deve-se procurar reutilizar ao máximo todos os tecidos e aparas, mas sendo inevitável o descarte e, de mais a mais, considerando que muitas das roupas pet usadas, recolhidas nos “ecopontos”, não terão possibilidades de reuso, pode-se encaminhar esses resíduos para confecção de estopa, panos de limpeza bruta, barbante ou reciclagem artesanal onde, nesse caso, os artesãos confeccionam enchimentos para bonecas de pano, por exemplo, ou para almofadas, evitando que cheguem esses tecidos aos aterros ou lixões clandestinos, onde provocam danos ambientais de monta, pois que, segurando o chorume(*18) se transformam em agentes poluidores de solo e corpos d’água.

E mais: como já se apontou em item anterior, a construção civil dá notícias de utilização de tecidos na produção de materiais e o Grupo Vive (de origem polonesa), uma das maiores empresas de reciclagem de tecidos da Europa, produz madeira têxtil a partir da junção do polietileno de baixa densidade (LDPE) com fibras têxteis (trata-se do Wootex(*19)) e essas possibilidades de reciclagem não podem ser desconsideradas, facilitando-se a sua exequibilidade, mediante parcerias com fábricas de tecidos, com indústrias de confecção de roupas, distribuidores de roupas, no afã de constituir volume considerável de resíduos têxteis, que atraiam o seguimento da construção civil para a reciclagem.

A gestão compartilhada da segregação dos resíduos de tecidos pode então ser uma solução para atrair e gerar reciclagem. Essa ação possibilitaria, sem dúvida, a diminuição dos resíduos têxteis para aterros e lixões.

Conclui-se que, a estratégia de reciclagem é interessante para a DOG “X”, na medida em que coloca a empresa dentro do circuito da economia circular, exigência hodierna do segmento, para, mais do que sobreviver nesse mercado, ascender nele, contribuindo para a conscientização e preservação dos recursos naturais. Com efeito, ao adotar o modelo de economia circular, a relação de consumo desenfreado que caracteriza o segmento de roupas, ligado que é a moda (fluída e transitória), é substituída por uma postura sustentável, com extração mínima de recursos naturais e eficiência máxima, que se obtém com processos produtivos inteligentes e ecologicamente responsáveis.

E tudo isso não se enquadraria na perspectiva de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável, se não for investido no planejamento de uma logística reversa(*20).

Veja-se:



Afinal é fato que existe um paralelo entre o ciclo biológico e o ciclo de vida das fibras têxteis e, portanto, é preciso desenvolver estratégias para dar destino adequado a elas quando encerrado seu ciclo de vida. E essa ideia de ciclo de vida faz pensar no todo, no processo produtivo como um todo que, na concepção da economia circular caminha para que, in casu, o tecido não saia da economia. Nesse mister, a reciclagem faz parte das melhorias de produção e do comprometimento da empresa na cadeia mercadológica sustentável.

O designer ecológico proposto, aparece a esse tempo, como a resposta certa para uma reciclagem possível no ciclo técnico da confecção de roupas para pets, aumentando os índices da reciclagem no segmento, na medida em que a capacidade de reciclagem das fibras têxteis do cânhamo e do poliéster por exemplo, é alta. Ambos tecidos podem ser reciclados várias vezes. Inclusive, existe empresa química japonesa (Teijin) que é especializada em reciclagem de roupas em tecidos de polyester para fabricar novos tecidos (processo Eco Cycle(*21)). E, de mais a mais, no Brasil, há registro de cerca de 21 empresas de reciclagem de tecidos (AMARAL, 2016), universo interessante para a finalidade da economia circular que este trabalho propõe, agregando a reciclagem ao seu contexto.

Drivers e barreiras
Soluções para contornar os entraves


No decorrer da apresentação do plano de logística reversa e aplicação dos princípios da economia circular para a DOG “X”, perceberam-se nos drivers para as inovações propostas, barreiras que, elencadas abaixo, carreiam a respectiva solução. Veja-se:

1. Motivação do cliente ao consumo de roupas para pets com designer ecológico. Necessidade de engajamento dos fornecedores de tecidos para uma produção sustentável. Solução:

  • Permitir a cocriação com o cliente e a participação dos fornecedores no desenvolvimento do produto (confecção de roupas para pets), visando identificar atributos ambientais importantes sob a ótica do comportamento ambiental do consumidor e parcerias com fornecedores de matérias-primas e componentes ecológicos.
  • Oferecer cursos pontualmente sobre designer de moda pet, participar de feiras e eventos, pretendendo expor produtos com designer ecológico, matérias primas utilizadas, fidelizando clientela e atraindo novos clientes, ademais de envolver os fornecedores nas expectativas do consumidor, ajudando-os na percepção da necessidade de novas tecnologias para melhorar a matéria-prima (tecidos) e processos produtivos (tingimento e alvejamento dos tecidos, por exemplo).

2. Resistência à Logística Reversa na cultura organizacional da empresa. Solução:

  • Motivar o empenho do empreendedor à evolução do segmento, substituindo a matéria-prima, oportunizando o uso de novas fibras têxteis (cânhamo e poliéster de garrafas PET, por exemplo), novos processos de tingimento e alvejamento dessas fibras têxteis, gerando valor no reaproveitamento do produto ao final da vida útil, pois que, viabilizará o reuso e reciclagem das peças de roupas pós-consumo.

3. Falta de conhecimento do modelo de negócio que priorize a economia circular, como estratégia que se assenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia, minimizando custos do processo produtivo. Solução:

  • Maximizar a reutilização dos tecidos e aparas na própria empresa (descarte mínimo).
  • Empreender na logística reversa, in casu, na coleta de roupas pet usadas, destinando-as ao respectivo reaproveitamento na fabricação de novos produtos, reduzindo o consumo da matéria-prima e fomentando a manutenção do tecido dentro da economia e fora do meio ambiente.
  • Acondicionar as roupas para pets em embalagens biodegradáveis ou que possam ser reutilizadas, recicladas e convertidas em novas embalagens de produtos, fazendo delas o processo de visibilidade da marca, com a imagem de uma empresa envolvida em processos fabris minimamente danosos ao meio ambiente.

4. Desconhecimento da legislação ambiental que impõe responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. Necessidade de colocar o processo produtivo em conformidade legal. Solução:

  • Investimentos em pesquisa e inovação sobre processos, materiais e oportunidades para redução de desperdícios no uso de tecidos para confecção de roupas para pets.
  • Implantação de gestão ambiental com apoio da produção mais limpa ou prevenção da poluição na cadeia produtiva, com foco no uso ecoeficiente dos tecidos, possibilitando, assim, obter ganhos ambientais e redução de custos operacionais.
  • Projetar o designer do produto com foco na destinação final dos tecidos que compõem o produto ao final de sua vida útil (ecodesigner), incorporando nele a redução do desperdício de tecidos e aparas, da água e da energia no processo de confecção das roupas para pets, provendo substituição de componentes contaminantes (tingimento/alvejamento e embalagens).

5. Ausência de infraestrutura para processos de reciclagem e baixa oferta de tecidos criando-se dificuldades para atingir-se economia de escala. Solução:

  • Terceirizar os processos de reciclagem para especialistas, objetivando reduzir custos com a verticalização da DOG “X” (parcerias com empresas de reciclagem, com artesãos, ONGs que utilizam resíduos de tecidos e embalagens).
  • Gestão compartilhada da segregação dos resíduos de tecidos, mediante parcerias com fábricas de tecidos, com indústrias de confecção de roupas, distribuidores de roupas, no afã de constituir volume considerável de resíduos têxteis, que atraiam a indústria de transformação para a reciclagem.

Considerações finais

A moda pet é mais do que uma tendência, mas uma realidade na sociedade brasileira e uma empresa que dedica-se a esse segmento para se adequar as pautas de preservação do meio ambiente, de nível nacional e internacional, deve investir na logística reversa e nos princípios da economia circular para encetar o desenvolvimento sustentável.

Nessa ótica, retirar do meio ambiente garrafas PET a cada metro de tecido utilizado na confecção das roupas dos animais de estimação ou empregar fibras de cânhamo, que desde o plantio apresentam redução na utilização de recursos hídricos, criando ainda, uma linha de confecção cujos tecidos são mais duráveis, resistentes, passíveis de reuso e reciclagem, define uma empresa comprometida em reduzir o impacto ecológico de sua atividade empreendedora.

Todavia, agregar valor dando um salto nas características do produto não bastará se o cliente não reconhecer essa vantagem competitiva e aumentar seu nível de satisfação em relação ao produto. É preciso, por isso, engajar o cliente nessa perspectiva ambiental, e assim também os fornecedores de matéria-prima, de modo que se familiarizem com as necessidades de fornecimento de novos materiais e tecnologias mais limpas.

E no fechamento dessas iniciativas não pode faltar a implantação de logística reversa, para melhorar a imagem da empresa, para reduzir custos de produção mediante a recuperação de produtos pelo reuso (ou parte deles), para promover o decréscimo do uso de matéria prima, enfim, para gerir o negócio numa perspectiva estratégica de sustentabilidade, quiçá, de lucratividade.

Ademais, a Lei Federal no 12.305/2010, regulamentada pelo Decreto no 7.404/2010, obriga a classe empreendedora a estruturar e implantar um sistema de logística reversa, por meio de retorno dos produtos após o uso do consumidor, independentemente dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos urbanos. E a Política Nacional de Resíduos Sólidos ainda estabelece a responsabilidade compartilhada por toda cadeia produtiva, pelo ciclo de vida do produto.

Por isso, não se pode perder de vista que a necessidade da circularidade como modelo de negócio é também uma questão de adequação da atividade empreendedora à legislação ambiental vigente, cuja ratio legis é possibilitar o retorno de resíduos para as empresas de origem, evitando a poluição ambiental; permitir a economia de exploração dos recursos naturais, uma vez que os resíduos ingressam novamente na cadeia produtiva; criar um sistema de responsabilidade compartilhada para o destino dos resíduos sólidos, desde a coleta seletiva, triagem, descarte e destino, prevendo, inclusive, a reciclagem dos resíduos; usar de tecnologias mais limpas para facilitar a reutilização dos produtos usados, senão facilitar a reciclagem.

E assim, por ter contemplado a exequibilidade da logística reversa para a DOG “X” e a aplicabilidade dos princípios da economia circular no presente estudo, é que se propõe a adoção das recomendações aqui tecidas, s.m.j.


ELAINE RODRIGUES

Consultora Empresarial Especializada em Meio Ambiente e Sustentabilidade


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PORTAL PIONEIRO. Reportagem (2019). O Mercado Pet não tem crise. Disponível em http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2019/12/o-mercado-pet-nao-tem-crise-diz-gestora-em-marcas-11891768.html, acesso em 21/09/2020.

PORTAL PNUD. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Relatório do Desenvolvimento Humano 2006 - A água para lá da escassez: poder, pobreza e a crise mundial da água. Disponível em http://hdr.undp.org/en/reports/global/hdr2006/chapters/portuguese/ acesso em 22/09/2020.

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PORTAL SETOR RECICLAGEM. Artigo. RICCHINIM, Ricardo. Reciclagem de Tecido. Conheça a madeira têxtil. Disponível em https://www.setorreciclagem.com.br/reciclagem-de-tecido/reciclagem-de-tecido-madeira-textil/, acesso em 22/09/2020.

PORTAL SPC BRASIL. Artigo. Análise Mercado Pet (uploads pdf) - Setembro 2017. Disponível em https://spcbrasil.org.br , acesso em 21/09/2020.

PORTAL STYLO URBANO. Notícias (2016). CUNHA, Renato. Wootex – novo material reciclado, feito de resíduos de tecidos e sacolas plásticas. Disponível em https://www.stylourbano.com.br/wootex-novo-material-reciclado-feito-de-residuos-de-tecidos-e-sacolas-plasticas/, acesso em 22/09/2020.

PORTAL TEIJIN. História da empresa. Disponível em https://www.teijincarbon.com/pt/sobre-nos/historia-corporativa?r=1&cHash=0b77b483f78c0375c3de1075d94c953a, acesso em 22/09/2020.

PORTAL VIDA ANIMAL. Informativo. Produtos Pets mais vendidos. Disponível em https://vidanimal.com.br/produtos-pet-mais-vendidos/, acesso em 21/07/2020.

PUC RIO. Tese Aberta. Fundamentos da estamparia digital. Disponível em http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0621484_09_cap_03.pdf, acesso em 22/09/2020.

SCHAFER, Joice Denise e RICHARTZ, Fernando. Artigo. UFSC. Grau de verticalização e comportamento dos custos nas empresas do segmento de Fios e Tecidos listadas na BM&FBOVESPA. Disponível em https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/download/3694/3695, acesso em 22/09/2020.


(*1) A variação industrial dessa planta (cannabis ruderalisi), tem baixo teor de toxidade e o uso exclusivamente para produção de tecidos (folhas e fibras da planta) é autorizado pela Anvisa e Ministério da Agricultura (PORTAL MIGALHAS, 2019).


(*2) Atualmente se descartam 11 milhões de toneladas/ano de plásticos nos oceanos. Existem países que exportam lixo plástico para outros países como a Ìndia, Malásia e China. Estudos apontam que, até 2050, os oceanos terão mais plásticos do que peixes. Um aumento estimado de descarte próximo a 29 milhões de toneladas/ano. A Economia Circular se mostra como uma das soluções para redução da poluição plástica nos oceanos (in ONU Brasil, ONU: 10 atitudes que você pode tomar para salvar os oceanos, disponível em https://nacoesunidas.org/onu-10-atitudes-1ue-voc-pode-tomar-salvar-oceanos, acesso em 22/09/2020).


(*3) A reciclagem das fibras de poliéster exige 59% menos energia de acordo com estudos do Ministério do Meio Ambiente da Suiça (2017). Isso implica na redução de CO2 em, aproximadamente, 32% se comparada à produção do poliéster virgem.


(*4) Fundamentos da estamparia digital (PUC Rio), disponível em http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0621484_09_cap_03.pdf, acesso em 22/09/2020.


(*5) Guia Jeans Wear. Notícias. Recicla Jeans, projeto que transforma vidas através da economia circular. Disponível em https://guiajeanswear.com.br/noticias/recicla-jeans-projeto-que-transforma-vidas-atraves-da-economia-circular-no-denim-meeting/", acesso em 22/09/2020.


(*6) Plástico a partir da cana de açúcar e da mandioca. Disponível em https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-ambientais/usp-produz-plastico-100-biodegradavel-com-residuos-da-agroindustria/#:~:text=Atualmente%2C%20existem%20", acesso em 22/09/2020.


(*7) O conceito de designer circular busca remodelar negócios e produtos de modo a produzir o mínimo de resíduos a serem descartados no meio ambiente. Desde a matéria-prima até o descarte. E, acaso havendo descarte, que não agrida o meio ambiente. É necessário, ademais, compor no projeto do produto, a possibilidade de reuso (ressignificação do produto) ou reciclagem adequada aos resíduos. Ao invés de produtos apenas acessíveis e com desempenho ao nível do razoável, o designer circular pensa no impacto do produto de forma ampla, pois o lixo é um erro de designer.


(*8) A economia circular prega uma utilização racional dos recursos. Os materiais, por exemplo, sob a ótica da economia circular devem permanecer o maior tempo possível no ciclo econômico. Assim sendo, um produto ao chegar no fim de seu ciclo para o primeiro consumidor pode ter sua utilização ampliada pelo reuso, reforma, remanufatura, reciclagem. Portanto, surge desconstruir o conceito de resíduo, mediante evolução de projetos e sistemas que, de mais a mais, privilegiem materiais naturais que possam ser recuperados de alguma forma.


(*9) Ecoeficiência define um processo produtivo que minimiza o uso de matéria prima, o uso de energia, a dispersão de poluentes; que fomenta a reciclagem de materiais, que maximiza o uso sustentável de recursos renováveis; que estende a durabilidade dos produtos, ensejando a diminuição de custos de produção, evitando riscos ambientais à saúde dos colaboradores e consumidores, atendendo a conformidade legal ambiental, de modo a garantir a manutenção dos recursos naturais.


(*10)A logística verde abrange o planejamento da produção, a gestão de materiais e sua distribuição física, contribuindo para a criação de estratégias ambientalmente amigáveis ao longo de cadeias de suprimentos que, no contexto de sustentabilidade, promove as relações entre compradores e fornecedores, considerando não só o acompanhamento do ciclo de vida dos produtos e processos produtivos, mas também a utilização da logística reversa para agregar valor aos coprodutos e resíduos.


(*11) Exemplo, o PLS 3592/2019, que concede crédito presumido da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a pessoa jurídica que fabrique produtos utilizando-se de sucatas e demais resíduos, nas condições que especifica. Fonte: Observatório de Leis Resíduos Sólidos. Frente Parlamentar Ambientalista. Disponível em https://www.frenteambientalista.com/observatorio-de-leis/temas/residuos-solidos/, acesso em 22/09/2020.


(*12) “Ecoponto”, uma espécie de local de entrega voluntária de roupas pet usadas, dispondo esses resíduos em recipientes de coleta adequados (que evitem qualquer espécie de degradação, como umidade, sujeira, etc.).


(*13)As roupas para pets, por também sofrerem os influxos da moda, podem ser descartadas inadequadamente por um tutor não engajado, podendo acabar em aterros sanitários, local onde podem durar até 12 meses para decomposição.


(*14) Existe diferença entre reuso e reciclagem de tecidos. A reciclagem compõe o reprocessamento da roupa para pets com a intenção de produzir outro produto dela derivado, evitando que acabe em aterros sanitários ou lixões a céu aberto. Vale lembrar que a reciclagem depende de separação correta dos resíduos e sua conservação sem sujeiras e que, mesmo assim, o índice de aproveitamento é de 70% (IPEA, 2017). Já no reuso, ocorre a reutilização do tecido, dispensando custos de reprocessamento. A roupa é reaproveitada em diversas outras possibilidades de uso, com mesma função. O reuso não gera resíduos.


(*15) Os princípios teóricos que envolvem a Produção mais Limpa (P+L), envolvem ações de mitigação da poluição causada por resíduos sólidos, líquidos e emissões no ar, mediante planejamento da capacidade necessária de recursos naturais e produtivos, e controle do fluxo de materiais e energia.


(*16) Processo produtivo onde a empresa “faz tudo”.


(*17) Existe um Banco de Tecidos, projeto que recolhe quaisquer tipos de sobras e aparas de tecido para reuso. As peças são avaliadas e ficam disponíveis para retiradas de reaproveitamento (disponível em http://bancodetecido.com.br/quem-somos/, acesso em 22/09/2020).


(*18) Chorume: substância líquida resultante do processo de apodrecimento de matérias orgânicas.


(*19) RICCHINI, Ricardo. Reciclagem de Tecido. Conheça a madeira têxtil. Disponível em https://www.setorreciclagem.com.br/reciclagem-de-tecido/reciclagem-de-tecido-madeira-textil/, acesso em 22/09/2020.


(*20) Logística reversa, procedimento para recolher e dar encaminhamento pós-venda ou pós-consumo ao setor empresarial, para reaproveitamento ou destinação correta de resíduos (AMARAL, 2016).


(*21) Processo Eco Cycle: menor utilização de matéria-prima virgem com o uso de fibras recicladas.


Escrito por:
Elaine Rodrigues